No princípio, as flores arrumadas no jardim faziam de minha casa uma tela tão linda e digna de ser colocada na parede da sala, onde sentávamos no final de tarde para contarmos tudo o que se vira de belo e triste durante o dia.

Não havia distância em nossos corações e todos os sentimentos eram postos ali para cada um de nós como se fossem vitrines de joalheria, pois sabíamos que aquelas eram as nossas jóias mais raras.

Depois a vida, o contratempo, a multiplicação da família veio criando a cada dia menores números de pessoas a sentar-se na sala. Porém, a saudade começava a freqüentar nossas reuniões espíritas.

Hoje a sala está vazia e a distância enche nossos corações e nossas almas de vazio e de tristeza. Meus Deus! Como nunca percebemos o quanto aquilo tudo era importante para todos nós?

Amemo-nos sempre, nos menores espaços de tempo, em qualquer situação do infortúnio e dificuldades, pois só assim conseguiremos amenizar todos os sofrimentos causados pela ausência ou pela presença da solidão.

Aproveite todos os seus momentos como se eles fossem seus últimos momentos para adoçar a sua vida e alegrar a vida de todos que sentam nas salas de suas passagens pela vida terrena, para fazer com que seus espíritos estejam sempre em paz onde estiverem.